Nos últimos anos, a salmonelose surgiu como uma preocupação significativa de saúde pública na União Europeia (UE), com a Salmonella sendo a segunda doença gastrointestinal mais relatada. O aumento alarmante nas hospitalizações, especialmente desde 2016, demanda atenção imediata tanto dos setores governamentais quanto privados para conter a propagação dessa doença transmitida por alimentos.
A contaminação por Salmonella está principalmente associada a aves, gado e seus alimentos. No entanto, também foi encontrada em diversos produtos, como alimentos secos, fórmulas infantis, frutas, vegetais e até mesmo em animais de estimação. Esforços para controlar a Salmonella foram implementados por meio de legislação e medidas, resultando em uma redução nas hospitalizações entre 2014 e 2015. Infelizmente, as taxas de hospitalização começaram a aumentar novamente em 2016, enfatizando a necessidade de controles mais rigorosos.
Manuseadores de alimentos, especialmente aqueles envolvidos no processamento de carne e no manuseio de alimentos prontos para o consumo, desempenham um papel crucial na transmissão da Salmonella. A revisão destaca a epidemiologia global, a importância do controle oficial e a associação da doença com manipuladores de alimentos. A gravidade das infecções por Salmonella é particularmente acentuada em populações vulneráveis, como crianças menores de 5 anos, idosos e adultos imunocomprometidos.
A Salmonella é uma bactéria resistente conhecida por sobreviver por períodos prolongados em produtos alimentares com baixa umidade. A capacidade da bactéria de persistir em especiarias e ervas representa um risco global devido ao comércio internacional desses produtos. Além disso, animais selvagens e domésticos, incluindo animais de estimação, servem como reservatórios para a Salmonella. A revisão destaca a necessidade de medidas abrangentes de controle e a importância de abordar o problema em todas as etapas da cadeia alimentar.
As repercussões da salmonelose vão além das preocupações individuais com a saúde, com custos econômicos substanciais associados a tratamentos, perda de produtividade e vigilância governamental. Apenas na UE, o custo econômico é estimado em mais de €3 bilhões anualmente.
Para enfrentar a tendência crescente de surtos de Salmonella, a UE implementou abordagens integradas envolvendo órgãos governamentais, agências reguladoras e organizações internacionais. Regulamentações mais rigorosas e programas de controle, incluindo critérios microbiológicos para Salmonella em vários produtos alimentícios, foram estabelecidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma abordagem sistemática da fazenda à mesa, enfatizando a importância do fortalecimento das normas de segurança alimentar, o aprimoramento dos esforços de vigilância e a educação de consumidores e manipuladores de alimentos. A colaboração entre os setores público e privado é considerada crucial para implementar medidas de controle eficazes.
À medida que o público expressa crescentes preocupações com a segurança alimentar, esforços urgentes e coordenados são necessários para aumentar a conscientização, educar os consumidores e implementar medidas robustas para garantir a segurança da cadeia de abastecimento de alimentos. A luta contra a salmonelose exige um comprometimento coletivo para proteger a saúde pública e o bem-estar.
Referência:
Ehuwa, O.; Jaiswal, A.K.; Jaiswal, S. “Salmonella, Food Safety and Food Handling Practices.” Foods, v. 10, n. 5, p. 907, 2021. DOI: 10.3390/foods10050907