Pesquisadores têm explorado o potencial de amidos provenientes de fontes alternativas, como a semente de abacate, para a aplicação na encapsulação de óleos essenciais. Um estudo recente buscou extrair o amido da semente de abacate e utilizá-lo como material base para encapsular o óleo essencial de gengibre (OEG) em diferentes concentrações. As fibras resultantes foram produzidas por eletrofiação e avaliadas quanto à morfologia, tamanho, espectros infravermelhos, propriedades termogravimétricas, ângulo de contato, capacidade de carga e atividade antibacteriana.
Os principais compostos no OEG foram α-zingibereno, β-sesquifelandreno, α-farneseno e α-curcumeno. As fibras de amido-OEG apresentaram um diâmetro maior (∼553 nm) em comparação com aquelas sem OEG (345 nm). A encapsulação do OEG nas fibras de amido aumentou as temperaturas de degradação térmica de 165,8 °C (OEG livre) para 257,6 °C (fibras com 40% de OEG). As fibras mostraram característica hidrofílica, com um ângulo de contato de <90°.
A capacidade de carga variou de 44 a 54%, demonstrando a eficácia do processo de encapsulação. Tanto o OEG livre quanto as fibras com 50% de OEG exibiram atividade antibacteriana contra Escherichia coli, evidenciando a bioatividade das fibras de amido-OEG e sua possível aplicabilidade em embalagens alimentares.
O estudo destaca a semente de abacate como uma excelente fonte de amido para encapsulação de OEG, oferecendo uma abordagem inovadora para a produção de embalagens alimentares sustentáveis. Considerando as perdas mundiais de alimentos, especialmente na América Latina, onde 127 milhões de toneladas foram desperdiçadas em 2019, a utilização de subprodutos como a semente de abacate pode contribuir para práticas mais sustentáveis na indústria alimentícia.
Além disso, a crescente demanda global por alimentos saudáveis tem impulsionado o consumo de abacates, resultando em grandes quantidades de subprodutos. Este estudo destaca a oportunidade de transformar esses resíduos em recursos valiosos, alinhando-se com a busca por métodos de produção econômicos e ecologicamente corretos.
Os resultados do estudo abrem caminho para futuras pesquisas sobre a aplicação de fibras de amido provenientes da semente de abacate na indústria alimentícia, promovendo a sustentabilidade e a inovação na gestão de resíduos e embalagens. Para mais detalhes, acesse o link do estudo completo aqui.